Descrição de chapéu newsletters da folha Todas

Desde que a Xuxa era minha principal referência de beleza, os padrões continuam os mesmos

Edição da newsletter Todas fala sobre pressão social em torno de padrões de beleza

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Esta é mais uma edição da newsletter Todas, que apresenta discussões, notícias e reflexões pensadas para mulheres. Quer recebê-la às quartas-feiras no seu email? Inscreva-se abaixo:

Eu nasci no começo dos anos 1990. Quando era criança, adorava acompanhar programas infantis e era fã da Xuxa, Eliana e Angélica. Todas eram loiras, altas e lindas, dentro da minha percepção. Meu sonho era ser alta e loira como a Xuxa. A única que fugia desse escopo era a Mara Maravilha. Isso tem muitos anos, mas, quando ligamos a TV, pensando em streaming, vemos menos programas infantis, mas o padrão de corpos brancos e magros continua prevalecendo.

Há 30 anos, as principais referências de beleza eram ícones pop, frequentemente vistos em capas de revistas, clipes e programas de TV. Hoje, temos as redes sociais como principal foco, diretamente ligadas à tecnologia.

Mulher loira sorrindo
Cena de 'Xuxa, o documentário', série original Globoplay - Globo

Muito além de fotos e vídeos editados por softwares, temos também o excesso de filtros e ferramentas criadas por inteligência artificial (IA), que modificam e geram imagens. E o que será considerado uma mulher bonita nesse escopo? Estamos de volta aos anos 1990, ou, no caso, ao padrão eurocêntrico que perdura há séculos.

A repórter Vitória Macedo discorre sobre essa temática na matéria "Como imagens geradas por inteligência artificial afetam a autoestima de mulheres". Macedo cita que "é só perguntar para alguma plataforma geradora de imagem como seria uma 'mulher bonita' e logo verá: branca, magra, cabelo liso e olhos claros. Assim apareceram os retratos testados pela reportagem".

Após ler esse texto, notei que nada mudou desde que a Xuxa era minha principal referência de beleza. Só o que mudou é que atualmente a apresentadora é uma mulher de mais de 60 anos, o que é, infelizmente, considerado fora do padrão. No auge dos meus 12 anos, entendi que nunca seria a Xuxa e tudo bem, mas passei a vida inteira querendo ser loira, o que sou hoje em dia.

Escrevendo isso, noto que por mais que eu tenha tentado me desconstruir e buscar referências mais parecidas comigo dentro da cultura pop, no fundo, sempre vou querer ser aquela primeira referência, que jamais será parecida comigo.

Li por aqui

No fim de semana, aconteceu a Parada do Orgulho em São Paulo, e a av. Paulista foi invadida pelas cores verde e amarela. Matheus Rocha, repórter da Ilustrada, fez uma reportagem sobre a comunidade LGBTQIA+ se reapropriando da bandeira brasileira. O resgate dos símbolos do país também brilha em cantoras como Pabllo Vittar e Madonna.

Também quero recomendar

Em maio, Billie Eilish lançou seu terceiro álbum de estúdio, "Hit Me Hard and Soft", e essa tem sido a trilha sonora do meu mês. Eu nunca tinha escutado um disco dela e, desde então, não consigo mais parar de ouvir. Destaque para as faixas "Birds of a Feather" e "L'amour de ma vie". O disco está disponível nas principais plataformas de música.

Como parte da iniciativa Todas, a Folha presenteia mulheres com três meses de assinatura digital grátis

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.